A região onde localiza-se Apucarana foi
colonizada pela Companhia Inglesa de Terras Norte do Paraná, a exemplo de
Londrina e Maringá.
Os colonizadores teriam chegado por volta
de 1930. No ano de 1938, Apucarana foi elevada à categoria de vila. Em 28 de
janeiro de 1944, Apucarana foi elevada a município, sendo seu primeiro prefeito
o coronel Luís José dos Santos.
Em função do sucesso econômico obtido
graças ao ciclo cafeeiro dos anos 40 a 70 e da atividade comercial cerealista,
a cidade rapidamente se tornou um centro comercial dinâmico, referência de
serviços e comércio de bens de todo o vale do Ivaí (na época uma próspera
região agrícola) e dotada de uma ampla rede bancária. O fato de ser muito bem
servida de opções de transporte contribuiu fortemente para seu desenvolvimento.
Não podemos esquecer também que a atividade madeireira foi muito importante
para o desenvolvimento econômico e industrial da cidade. Como a vegetação
nativa era formada por mata Atlântica, rica em madeiras nobres como araucária,
peroba, jacarandá, dezenas de serrarias, na época movidas a vapor,
instalaram-se na cidade e com isso a migração de profissionais de outros
Estados da nação acentuou-se, assim também como a mão de obra menos
qualificada. Daí notamos a presença de imigrantes paulistas, mineiros e até
mesmo alemães, japoneses, ucranianos, poloneses e portugueses, entre outros.
A cidade servia como um entroncamento
rodoviário e férreo, convergindo o transporte da produção agrícola de todo o
norte do Paraná para os canais exportadores de Santos e Paranaguá. Em meados
dos anos 70, Apucarana contava com uma emissora de televisão, dois cinemas (uma
sala de grande porte), sete hospitais ou clínicas, duas emissoras de rádio,
dois jornais, uma instituição de ensino superior, uma de ensino técnico, três
escolas privadas de ensino médio e ao menos duas públicas também de ensino
médio. Chegou a contar com vôos diretos semanais para São Paulo nos anos 60.
A prosperidade, porém, sofreu um profundo
impacto do fim do ciclo cafeeiro, precipitado finalmente pela desastrosa geada
de julho de 1975. O fim da atividade cafeeira intensiva desempregou a grande
população rural associada a ela, e em poucos anos o núcleo urbano (até então
com 60 mil habitantes) quase dobrou de população, chegando a se favelizar.
Pequena demais para receber atenção da
esfera estadual e federal, mas desenvolvida o suficiente para atrair a
população rural desempregada da região, Apucarana teve de arcar com os custos
do êxodo rural da mesma forma que as cidades maiores, mais capazes de absorver
população sem seqüelas. No entanto, enquanto Londrina já se valia de suas
vantagens de centro urbano de porte médio e Maringá florescia na esteira do
ciclo da soja e da agricultura mecanizada, Apucarana, de relevo acidentado,
teve de se dedicar a uma agricultura menos rentável, do feijão e do milho, e
tentar, sem o devido lastro de investimentos, criar uma base competitiva para a
industrialização. O poder municipal concentrou todos seus esforços na criação
de redes de amparo social e de núcleos de moradia popular, o que se por um lado
pode ser considerado um esforço surpreendentemente bem sucedido de urbanização
(não há favelas na cidade hoje), reduziu o apoio às políticas de
desenvolvimento econômico.
No exato momento que uma geração de
recursos humanos de qualidade estava pronta para retornar à cidade (os
primeiros universitários, estudando em São Paulo, Londrina e Curitiba), sua
terra natal já não lhes oferecia condições de crescimento proporcionais a seus
investimentos. Iniciou-se o êxodo de suas elites para os grandes centros, ao
mesmo tempo que um número expressivo de trabalhadores agrícolas emigrava para o
centro-oeste brasileiro e para Rondônia. Um ciclo vicioso se estabeleceu e
ocorreu uma vertiginosa queda da atividade econômica e da renda per capita.
Apucarana perdeu não só importância econômica, deixando de ser atraente para os
investidores (mesmo os locais), mas também política, viu a vizinha Arapongas
crescer e rivalizar mais concretamente nesses campos. A cidade deixou de eleger
diversas vezes representantes na assembléia estadual e poucas vezes contou com
deputados federais. Diferente de outras cidades da região, manteve uma grande
proporção de residentes oriundos de outras comunidades em relação aos cidadãos
natos, uma prova de que manteve uma lógica de êxodo, mais expressiva nas
camadas socioeconômicas mais elevadas, associada à constante chegada de novos
habitantes. Na última década voltou a ter um ritmo de lenta retomada do
desenvolvimento, com alguns sinais de recuperação empresarial e com iniciativas
industriais, ainda se situando entre os 20 mais ricos municípios do estado do
Paraná. Em termos urbanísticos, tem a melhor infra-estrutura entre as cidades
do mesmo porte do norte paranaense, um legado de longo esforço de superação e
de uma história de prosperidade, que seus habitantes esperam reviver.
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