Em 1925, a Companhia de Terras Norte do
Paraná adquiriu
uma área de 515 mil alqueires de matas nativas, equivalentes
a 14% do total do
Estado, de solo fértil e pronta para ser colonizada.
Somaram-se à essas
vantagens o incentivo à imigração e a
difícil situação econômica
do Ocidente,
que criaram condições necessárias para
ocorrência de uma corrente migratória
para a América. Assim chegaram os pioneiros de
Cambé, alemães oriundos da
cidade de Dantzig atual Gdansk, na Polônia, tornada
independente após a 1ª
Guerra Mundial. Por se tratar de um importante porto industrial,
Dantzig foi
objeto de disputa entre a Polônia e a Alemanha, fato que
gerou ainda mais a
economia daquela cidade. O alto nível de desemprego e o peso
da seguridade
social obrigaram o governo local a incentivar a
emigração. As primeiras 10
famílias chegaram à futura colônia de
Nova Dantzig em janeiro de 1932. O nome
foi escolhido pela Companhia de Terras, que previu para
Cambé a vinda de um
grande número de pessoas de Dantzig. Por causa do clima
tropical a que não
estavam acostumados e devido a flora e fauna estarem intocadas,
enfrentaram
muitas dificuldades para iniciar a colonização.
Muitas daquelas famílias
desistiram de permanecer na nova terra. Mas, atraídos pela
fertilidade das
terras, vieram em seguida japoneses, italianos, eslovacos, portugueses,
alemães, espanhóis, libaneses, além de
paulistas e nordestinos. O Norte do
Paraná, afinal, significava a oportunidade de reiniciar vida
nova em um
ambiente fértil e promissor. Depois das primeiras matas
derrubadas, vieram as
lavouras, formando uma economia baseada na agricultura. A cultura
cafeeira, que
impulsionou a região durante 40 anos,
constituía-se como principal atividade
dos colonizadores. O comércio, inicialmente instalado para
atender a demanda
local, acompanhou a passos largos a evolução da
colônia, o mesmo acontecendo
com a indústria, na época de
característica puramente agro-industrial.
Já na década de 40, o
advento da 2ª Guerra Mundial fez
com que o Governo do Estado obrigasse as cidades e as
colônias de nomes
relacionados com os países inimigos a trocarem de
denominação. Nova Dantzig
passou a se chamar Cambé, nome de um Ribeirão que
banho o Município. Segundo
consta, aquela região era abundante em caça,
daí derivando o nome de Cambe
(Passo do Veado). Gentílico: cambeense. - Alguns aspectos da
colonização de
Cambe. No início da colonização,
além da extração da madeira muito
abundante em
toda região, o café, algodão, cereais
e a criação de animais faziam parte da
cultura diversificada de Cambé, pois o sistema de pequenas e
médias
propriedades rurais planejados pela Companhia de Terras estimulava a
atividade
econômica voltada para a terra. A lavoura cafeeira foi a que
mais se destacou.
Segundo o Jornal Paraná Norte de 09 de Outubro de 1935,
existiam nas imediações
de Nova Dantzig 800.000 pés de café em
formação. O setor agrário
constituía a
parcela mais expressiva das atividades econômicas da
população. No recenseamento
de 1940, 69% da população estavam fixados na zona
rural. A mesmo tempo, o
núcleo urbano passou a crescer, tornando-se centro de
abastecimento e prestação
de serviços para a população. A
sociedade urbana era formada por pequenos e
médios comerciantes, além de alfaiates,
barbeiros, sapateiros, pedreiros,
carpinteiros, marceneiros, caixeiros de lojas de armazéns,
farmácias e
operários. Surgem em seguida os profissionais liberais,
funcionários públicos
municipais e estaduais (estes como resultado da
elevação do patrimônio a
distrito e depois a Município respectivamente em 1937 e
1947). O transporte no
início da colonização era uma
preocupação de todos. Sem meios de escoar a
produção o projeto colonizador estaria
prejudicado. Em 1928 a Companhia
Ferroviária São Paulo - Paraná
completou a ligação ferroviária
até Cambara, no
Paraná. Depois a Paraná Plantation (controladora
acionária da Cia de Terras
Norte do Paraná) assume o controle acionário e
leva os trilhos até às margens
do Rio Tibagi em Jataí. Transposto o Rio com a
construção da ponte ferroviária,
os trilhos chegam em Londrina no início de 1935. Em seguida
foi preparado o
leito d estrada de ferro no trecho Londrina - Nova Dantzig e no dia 15
de
agosto de 1935 com aplausos da comunidade e ao som da Banda Musical de
Londrina, a Locomotiva "Três" chegou no local onde
está a atual
Estação Ferroviária. Além
do trem, para o transporte de pessoas e o escoamento
da safra, a população contava com as
carroças, meio de transporte mais comum
entre os primeiros moradores. Nas carroças, a
produção agrícola era escoada
para os centros consumidores, pessoas se deslocavam em toda
região, mudanças
eram carregadas. A vida social era cheia de
limitações, a religião em alguns
casos era um "pretexto" para encontros sociais, pois as pessoas
participavam das celebrações
litúrgicas e festividades da Igreja, como
quermesses, porém nem sempre por
convicção religiosa. Os bailes na cidade
aconteciam na Escola Alemã, no Hospital São
Francisco que na época (final da
década de 30, começo da década de 40)
vivia fechado e nas casas de alguns
moradores. No dia 04 de outubro de 1941 foi inaugurado o
Tênis Clube de Nova
Dantzig, (atualmente Harmonia Tênis Clube). Esse Clube Social
surgiu para
suprir a falta de um lugar para os jovens se reunirem. O cinema
também era um
meio de diversão apreciado por um grande número
de pessoas. Em Nova Dantzig, o
primeiro cinema foi o Cine São José inaugurado em
27 de Agosto de 1939,
posteriormente passou a ser chamado de São João.
Ficava na esquina da Avenida Inglaterra
com a Rua Pará. Formação
Administrativa - O Distrito de Nova Dantzig e a Cidade
de Cambe. Em 09 de Outubro de 1937 o então
Patrimônio de Nova Dantzig é elevado
a categoria de Distrito Judiciário, através d Lei
n° 191, de 9 de Outubro de
1937. Foram nomeados para o novo Distrito o Juiz de Paz Lino
Gonçalves de
Oliveira; o escrivão Rafhael Petraglia; o subdelegado de
polícia Manoel Moura
de Menezes e o agente de fiscalização estadual
Carlos Correia Borges. Durante a
2ª Guerra Mundial o Governo do Estado assinou um decreto-lei
n°199 de 30 de
Outubro de 1943, publicado no diário oficial do dia 13 de
Janeiro de 1944,
mudando o nome das cidades que tinham relação com
os países inimigos. Dessa
forma Nova Dantzig passou a se chamar Cambé. Após
a redemocratização do país em
1945, começou em Cambé um movimento
emancipacionista, encabeçado pelo Professor
Jacídio Correia e pelo Médico Dr. José
dos Santos Rocha. Esse movimento culmina
com a criação da Sociedade dos Amigos de
Cambé, criada para lutar por quaisquer
causas que beneficiasse a cidade. Atendendo ao apelo da
população e tendo em
vista o crescimento promissor de Cambé, o Governador
Moysés Lupion assina a lei
n°. 2, de 10 de Outubro de 1947, elevando o Distrito a
Categoria de Município,
desmembrando-o de Londrina. A instalação do
município ocorreu no dia 11 de
Outubro de 1947 e o Sr. Eustachio Sellmann foi nomeado o prefeito
provisório.
Com a elevação a Município era
necessário que se escolhesse o primeiro prefeito
e vereadores que representassem a vontade popular. No dia 16 de
Novembro de
1947, os cidadãos de Cambé elegeram o Professor
Jacídio Carreia, com 691 votos,
derrotando o Dr. José dos Santos Rocha com 685. Nesse
primeiro pleito eleitoral
foram eleitos 09 vereadores e a Câmara Municipal foi
instalada a 08 de Dezembro
de 1947, no salão de festas do Harmonia Tênis
Clube. Na ocasião foi eleita a
mes diretora para o ano de 1948 e recebido o juramento de 1°.
Prefeito eleito
pelo povo cambeense. A administração do Prefeito
Jacídio Correia foi marcada
por obras imprescindíveis ao novo Município. Como
Professor ele se interessou
pela educação e construiu várias
escolas e nomeou professores para o
atendimento das mesmas. Construiu também o prédio
próprio para o matadouro
municipal e no final da gestão foram calçados com
paralelepípedo, os primeiros
trechos de ruas do centro da cidade.
Fonte: IBGE E MUSEU HISTÓRICO DE CAMBÉ -PR
A equipe da Rede Cedes Paraná já visitou cidade
de Cambé em 2007.
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