É do ciclo da
exploração do ouro o descobrimento dos Campos de Curitiba, também chamado
Sertão de Paranaguá, como consta de vários mapas da época.
As levas de
garimpeiros subiam o Ribeira, e batendo-lhe todo o curso, atingiam o Rio
Assungui e deparavam ao sul com os Campos de Curitiba, onde vários deles se
fixaram com suas famílias. Outros vindos do litoral, galgaram a Serra do Mar e
se estabeleceram no planalto.
A primeira
notícia de bandeirantes nesses campos data de 1661, de uma carta de sesmaria a
favor de Baltazar Carrasco dos Reis, dando-lhe posse no Barigui, onde, segundo
diz em sua petição, já residia há alguns anos, com sítio de criação, e era
confrontante com Mateus Martins Leme. Os grupos de Baltazar e Mateus eram
aparentados, foram os primeiros moradores efetivos dos Campos de Curitiba e
constituíram a maioria representativa dos povoadores.
Eleodoro
d'Ebano Pereira, primeira autoridade a representar o governo colonial no sul,
em ofício de 4 de março de 1649, comunicou a Gabriel de Lara, Capitão-mor de
Paranaguá, estar investido, pelo Governador-Geral do Rio de Janeiro, das
funções de Administrador das Minas dos Distritos do Sul. A sua presença nessa
região contribuiu para a formação de arraiais, mesmo provisórios, que foram a
base dos povoados estáveis que os sucederam, originando-se, assim, o povoado de
Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais, futura Curitiba.
Eleodoro
d'Ebano traçou um mapa das minas do litoral, em que assinala, ao poente da
Serra do Mar, o arraial de Curitiba, representado por um grupo de casas.
Em 1668,
Gabriel de Lara, como Procurador do Donatário da Capitania, subiu ao planalto,
tomou posse da povoação que estava surgindo nos Campos de Curitiba, em terras e
limites da demarcação do Sr. Marquês de Cascaes, nela encontrando dezessete
moradores. Ali concedeu ao Capitão Mateus Martins Leme a sesmaria do Barigui,
investiu-o de autoridade para dar sesmarias em nome d'El-Rei e fez levantar o
Pelourinho na praça da igreja, em sinal de posse e poder público. O patriarcado
do Capitão Povoador e Dizimeiro Mateus Leme foi absoluto e respeitado durante
toda a sua vida.
A grei
curitibana morava em sítios dispersos, distantes da sede da povoação. Vários
moradores possuíam casas na praça da capela, para as quais vinham de vez em
quando e principalmente por ocasião de práticas e festas religiosas.
Em face da
constante entrada de aventureiros e de pessoas egressas de outros centros, o
povo fez a Mateus Leme uma petição no sentido de ser organizada a vila, e ele
assim despachou: "Junte-se o povo. Deferirei o que pedem. Pinhais, 24 de
março de 1693. (a) Leme."
Em 29 de março
de 1693 reuniram-se os povoadores na igreja da freguesia e aclamaram "seis
homens de sã consciência" para que eles nomeassem as autoridades da
Administração e Justiça, o que foi feito no mesmo dia. Com a eleição juramento
e posse das primeiras autoridades, ficou constituído e organizado o Governo da
Vila de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais.
Ainda a
respeito da fundação de Curitiba há várias versões, narradas por diversos
historiadores. Uma delas conta que esses bandeirantes, em época incerta, teriam
convidado o cacique dos campos de Tindiquera, às margens do Rio Iguaçu, para
que lhes indicasse o melhor local para a instalação definitiva da povoação. O
referido cacique, à frente do grupo, trazendo uma grande vara, após longo
percurso pelos campos, fincou-a no chão e disse: "Aqui". Nesse mesmo
lugar erigiram uma capelinha de pau-a-pique, em louvor a Nossa Senhora da Luz, local
onde hoje se ergue a Catedral Metropolitana de Curitiba.
Segundo
documentos existentes na Matriz de Curitiba, a paróquia já existia por volta de
1715, não sendo desmembrada de outra freguesia.
A mineração, a
criação e o comércio de gado, e finalmente a roça formaram sucessivamente os
três ciclos de povoamento do território curitibano.
Em 1735 o
comércio de tropas entre Curitiba, Itu e Sorocaba estava estabelecido com certa
intensidade.
Pela Lei
Imperial nº 704, de 29 de agosto de 1853, a 5ª Comarca de São Paulo elevou-se à
categoria de Província e a antiga vila de Nossa Senhora dos Pinhais de Curitiba
passou a Capital da nova Província do Paraná, situação ratificada pela Lei
especial de 1854. A sua instalação foi a 19 de dezembro.
A cidade de
Curitiba recebeu, a 21 de maio de 1880, a visita de D. Pedro II e de D.Teresa
Cristina, que inauguraram o Hospital de Caridade de Curitiba.
O Clube
Republicano de Curitiba foi fundado em 1885. A 25 de março de 1888 foi criada a
Confederação Abolicionista Paranaense.
Nos primitivos
tempos da vida pública de Curitiba, os chefes do Governo Municipal eram
presidentes da Câmara de Vereadores. No Segundo Império, foi criado o cargo de
Superintendente Municipal, ocupado pelo chefe do Executivo, ficando o
Legislativo independente. Só depois da Proclamação da República foi criado o
cargo de Prefeito Municipal.
Gentílico:
curitibano
Formação
Administrativa
O Distrito de
Curitiba foi criado em 1654 e o Município a 29 de março de 1693, tendo sido
elevado no mesmo ato, à categoria de vila. Recebeu foros de cidade pela Lei
provincial nº 5, de São Paulo, de 5 de fevereiro de 1842.
Em virtude da
Lei nº 1, da Província do Paraná de 26 de Julho de 1854, passou a Capital da
Província. Perdeu essa última categoria por efeito do Decreto estadual nº 24,
de 18 de janeiro de 1894, readquirindo-a em virtude do de nº 25, de 29 de abril
do mesmo ano (Revolução Federalista).
O Município, em
1911, era constituído apenas do distrito-sede. Em 1920, subdividia-se em 6
distritos: Curitiba, Campo Magro, Nova Polônia, Portão, São Casimiro do Tabuão
e Santa Felicidade. De 1933 a 1937 não figurou o distrito de Campo Magro no
quadro da divisão administrativa estadual.
De acordo com o
quadro anexo ao Decreto-lei estadual nº 6.667, de 31 de março de 1938, existiam
três distritos: o da sede (com as zonas de Curitiba, Portão e São Casimiro do
Tabuão) e os de Nova Polônia e Santa Felicidade.
Pelo
Decreto-lei estadual nº 7.573, de 20 de outubro de 1938, que estabeleceu a
divisão territorial vigente no período 1939-43, o Município perdeu parte de
seus distritos, adquirindo por outro lado, distritos de outros municípios
extintos. Aparece, em conseqüência, com 6 distritos: o da sede, Campo Comprido,
Colombo, Santa Felicidade, Tamandaré e Umbará.
No período
1944-1948 integravam o Município apenas 4 distritos: Curitiba, Santa
Felicidade, Campo Comprido e Umbará. Em 1955 figurava mais um, o de Tatuquara
(Lei estadual nº 790, de 14-11-1951), vigorando esta constituição até 1966,
quando o Município sofreu reformulação administrativa e a Lei estadual nº
5.409, de 20 de outubro, criou o distrito de Pinheirinho.
Fonte: IBGE
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